A luta pela desmistificação da saúde mental

Dia Mundial da Saúde Mental conscientiza sobre a necessidade de se discutir esse tema

 

O último sábado, 10 de outubro, foi marcado pela celebração do Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi instituída em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental. Desde então muitos profissionais da área da saúde, como psicólogos e algumas instituições, têm feito um trabalho de compromisso com a sociedade ao trazer à tona esclarecimento e desmistificação de um tema cada vez mais atual. É importante ressaltar que os transtornos mentais são doenças como quaisquer outras, e reconhecê-los dessa forma ajuda expressivamente na identificação dos casos e na luta contra o preconceito. 

Para a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Veiga de Almeida, Danielle Lamarca, é necessário exaltar a importância desse tema para gerar debates e reflexões na sociedade. “A saúde mental é fundamental para um bom funcionamento do corpo humano. A ciência entende a relação entre mente e corpo de forma complementar, por isso, não existe saúde física sem saúde mental e vice versa. Segundo a OMS a definição de saúde engloba as questões bio-psico-social do indivíduo. A sociedade precisa perceber, inclusive, a importância do nosso SUS, que embora sucateado, alinhado com a definição de saúde pela OMS, não deixa de oferecer suporte a comunidade para cuidar da saúde psicológica.”

Em entrevista para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em agosto de 2020, Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS afirmou que: “o Dia Mundial da Saúde Mental é uma oportunidade para o mundo se unir e começar a reparar a negligência histórica em relação à saúde mental”. Sendo assim, para o dia 10 de outubro deste ano, a OMS, juntamente com organizações parceiras, como a United for Global Mental Health e a Federação Mundial para a Saúde Mental, pediu um aumento significativo nos investimentos dessa área da saúde.

Além disso, para que houvesse um incentivo a ação pública em todo o mundo a campanha de 2020 Move for mental health: let’s invest, foi lançada no mês de setembro. Esse projeto incentivou à tomada de ações concretas, por parte de todos os indivíduos, em apoio a própria saúde mental e a de todos que estão a sua volta, principalmente os que estão lutando contra essas doenças e carecem de todo apoio possível. A presidente da Federação Mundial de Saúde Mental, Ingrid Daniels, conclui, também em entrevista para a OPAS em agosto desse ano, que: “já se passaram quase 30 anos desde que o primeiro Dia Mundial da Saúde Mental foi lançado pela Federação Mundial de Saúde Mental. Durante esse tempo, vimos uma abertura cada vez maior para falar sobre saúde mental em muitos países do mundo. Mas agora devemos transformar palavras em ações. Precisamos ver esforços sendo feitos para construir sistemas de saúde mental e que sejam apropriados e relevantes para o mundo de hoje  e de amanhã”. 

Para a aluna do curso de Psicologia da UVA, Caroline Tejeda. é necessário pensar a saúde mental como uma maneira que o sujeito se relaciona com suas experiências no mundo. Ou seja, é pensar como o sujeito se posiciona frente seus pensamentos, angústias e suas interpretações. “É importante entender que saúde mental não se trata apenas da ausência de transtornos, pois a demanda de cuidado mental não está apenas em controlar sintomas, mas envolve as questões sociais, de trabalho e pessoais. Estamos diante de uma sociedade cheia de urgências, que busca produção a todo momento e consequentemente estamos observando o crescimento de doenças como ansiedade e depressão”, comenta a aluna.

Por fim, fica claro que a luta pela conscientização e por um investimento de qualidade no tratamento das doenças relacionadas a mente é diária. O Dia Mundial da Saúde Mental surge, ano após ano, como um divisor de águas na potencialização de informações, no incentivo ao autocuidado e com o próximo, e do olhar mais atento e empático com quem precisa. 

 

Lívia Mendonça, 6° período

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