Os alunos do Núcleo de Prática Jurídica e o professor Marcelo Nogueira, da Universidade Veiga de Almeida, realizaram na última sexta-feira (30) mais um evento “Sexta-feira legal”. O tema da conversa foi o pré-lançamento do livro “Relatos de mais um combatente em uma guerra sem vitória” do major do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Leonardo Novo.
O convidado entrou para o BOPE em 2007 e ficou até 2012. “Na época que entrei, achava que para acabar como o problema da violência era só matar. Depois, descobri que o problema é muito grande e sistêmico”, conta. Graduado em Direito e mestre em Criminologia, ele também já atuou na Polícia Militar, e, atualmente, é chefe da inteligência do BOPE.
A live começou com Leonardo respondendo perguntas dos participantes. O primeiro livro que escreveu foi “Direito Operacional’, que é mais voltado para a teoria, porém, utilizando vivências dele como base. “Acho importante ter alguém da ponta teorizando sobre segurança pública”, explicou.
Ele também contou um pouco sobre como foi a idealização do livro que está prestes a ser lançado, e como sempre escrever as histórias que aconteciam no exercício da profissão tornou tudo mais fácil. A parte complicada foi reduzir o número de páginas para o que era permitido pela editora. “O que escrevi no livro é a verdade nua e crua, porque eu acredito que a gente não tem que esconder nada e a população tem que saber de tudo o que acontece”.
O título foi uma catarse da carreira na polícia “É difícil ficar dez anos na corporação e ver que as coisas só pioraram”, pontuou o major do BOPE. Ele revelou que queria fazer uma provocação com quem visse o livro na prateleira e compartilhou que já está pensando num futuro terceiro livro.
A guerra contra o tráfico que os agentes de segurança pública enfrentam e como ela está sendo enfrentada de maneira errada, além da aproximação da milícia com o tráfico e a descriminalização das drogas seria também foram temas contextualizados pelo autor.
Leonardo aqueles que pensam em ser policiais, Leonardo ressaltou que essa carreira não é um trabalho, e sim um sacerdócio, pois exige muita dedicação de quem opta por esse caminho. Ele também explicou o processo seletivo do BOPE e como os interessados podem entrar para a corporação, assim como detalhou como é difícil entrar para o Batalhão de Operações Policiais Especiais.
Ao fim da conversa, o convidado falou da estrutura disponível para o serviço dos policiais do BOPE, diferentemente da PM que está defasada e antiga. Ele encerrou a live discutindo a relação da polícia com a favela Tavares Bastos, um bom exemplo que deveria ser posto em prática em outras comunidades do Rio de Janeiro.
Amanda Ramos, 6º período.
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