Campus Tijuca da UVA recebe seminário de Jornalismo

A 1ª edição do evento contou com a presença de palestrante internacional

Na última segunda (30), o campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida (UVA) recebeu a 1ª edição do Seminário Desafios do Jornalismo, organizado pela Agência de Comunicação Institucional e Agência UVA, em parceria com o Núcleo de Estudos em Jornalismo. Os alunos puderam assistir palestras e participar de oficinas e mesas com profissionais reconhecidos pelo mercado. 

A primeira palestra do seminário teve como tema Cobertura jornalística em zonas de conflito, com a jornalista investigativa americana Ana Araña, com experiência em matérias sobre o crime organizado internacional e diretora de operações do Fundo para Jornalismo Investigativo. Ela também atuou como correspondente da CBS e do Miami Herald e recebeu prêmios como um Peabody e dois prêmios Overseas Press Club. Ana falou um pouco sobre a trajetória profissional e os desafios da profissão. O moderador foi o professor e pesquisador em jornalismo internacional Antonio Cláudio Brasil. 

Na parte da tarde, a mesa e as oficinas foram o destaque do evento. A primeira tratou de Desafios do jornalismo independente e empreendedor, com Gilberto Scofield Jr., diretor de estratégia e negócios da Agência Lupa, de fact checking e produção de conteúdo, e Agostinho Vieira, editor e um dos criadores do Projeto Colabora, com foco em sustentabilidade e ONGs. “As redes sociais hoje são o que as bancas e assinaturas eram antes para os jornais. Cerca de 90% da nossa audiência hoje vêm de pessoas no Facebook, Twitter ou Google. É fundamental saber trabalhar as especificidades de cada rede hoje em dia”, concluiu Agostinho.

Em seguida, aconteceu a Oficina de cobertura em favelas, com Carla Regina, da Agência de Notícias das Favelas (ANF). Ela escreve para a ANF e para o jornal A Voz da Favela e já teve uma matéria veiculada na Agência Pública e em outros veículos independentes. Para Carla, os jornais comunitários são uma ferramenta de democratização. “A gente pode levar a cultura e informação não só para as comunidades, mas para todo o mundo. O Brasil todo tem favela. E nós damos voz à quem não tem”, afirmou. 

A última oficina foi sobre Cobertura em tempo real no Twitter, com a jornalista e produtora de conteúdo Cristina Dissat, do blog Fim de Jogo e do perfil @fimdejogo (Twitter), com quase 40 mil seguidores e que cobre eventos esportivos. Ela também atua na área de saúde há 30 anos, e em esporte e mídias sociais, há 10 anos. Cristina reafirmou a importância das redes sociais para os jornalistas. “O Twitter é um solo fértil, e hoje não existe jornalismo apenas nas grandes mídias. Ele mudou e nós precisamos acompanhá-lo”, ressaltou.

A noite do seminário foi reservada para duas palestras, a primeira com o jornalista e pesquisador Thomas Traumann, sócio da Traumann&Thompson Comunicação e autor do livro O pior emprego do mundo. Ele também foi porta-voz presidencial e ministro de Estado de Comunicação Social. A palestra teve como tema O fim do jornalismo tradicional e o consumo de notícia no século 21 e foi mediada pela professora Cecília Seabra. Thomas abordou tópicos como a queda de jornais tradicionais e o crescimento do consumo de conteúdos online.

A última palestra, mediada pela professora Mônica Nunes, teve como tema o livro Toca o barco – Ricardo Boechat e a reinvenção do rádio, que conta a trajetória profissional do jornalista e também traz histórias e bastidores contados por 32 colegas que conviveram com Boechat, que morreu em março deste ano. “Tivemos a ideia de reunir depoimentos de jornalistas que trabalharam com ele como forma de homenageá-lo. Esse livro não é uma biografia, e sim uma maneira de contar um pouco sobre a vida do profissional pela ótica das pessoas que trabalharam com ele”, explicou Luiz André Alzes, que com o também jornalista Bruno Thys criaram a editora Máquina de Livros, que trabalha exclusivamente com jornalistas e profissionais de redação.

Para a estudante de jornalismo Daniela Oliveira, o seminário contribuiu ainda mais para o crescimento profissional. “Eu gostei muito do evento, achei bem enriquecedor. Os palestrantes tiraram muitas dúvidas, orientaram e incentivaram os alunos a se especializarem e fazerem cursos”, afirmou.

Por João Henrique Oliveira, 6º período, com a colaboração de Fabyane Melo, Fabyene Melo e Luiza Almeida, 6º período, e Lucas Candido, 8º período.

 

 

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