Ciências Sociais e Jurídicas

Subcoordenadora de Comunicação da PMERJ é a última convidada do evento “Sexta-feira legal”

No último dia 19 aconteceu o encerramento do evento “Sexta-feira legal”, um projeto do professor Marcelo Nogueira junto com os alunos do Núcleo de Prática Jurídica – Penal. Para fechar com chave de outro, a última convidada foi a Subcoordenadora de Comunicação Social da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Major Marlisa Amorim. Ela e o professor Marcelo Nogueira conversaram um pouco sobre o tema “Como é ser policial militar no Rio de Janeiro?”. 

A conversa começou com a Major contando como está sendo a experiência dela comandando as lives mensais no canal do Youtube da PMERJ, algo que ela tem um apreço muito grande, já que foi um projeto dela. A policial também falou que está sendo um desafio comandar as entrevistas do canal por se considerar tímida. Além disso, ela também contou que está podendo exercer a formação em jornalismo. 

Ela compartilhou, também, sobre a experiência de trabalhar na comunicação do Batalhão de Operações Policiais Especiais. “Foi mais um desafio na minha carreira porque foi todo uma fofoca, já que eu não era caveira e ainda por cima era mulher”. Marlisa foi a 1ª mulher combatente do BOPE trabalhando na comunicação. Ela relatou que foi difícil ganhar a confiança dos outros policiais do batalhão, porém com o tempo ela foi se entrosando mais com a corporação. “A minha passagem por lá me deu uma bagagem muito grande, foi um grande aprendizado trabalhar na comunicação do BOPE.”

Seguindo com a conversa, ela falou um pouco sobre a implementação das Unidades de Polícias Pacificadoras na cidade do Rio de Janeiro e como todo esse projeto foi mudando ao longos dos anos, por falta de recursos. “Essa ideia era boa no início, porém para ter dado certo era preciso que outras secretarias se envolvessem. Só a polícia na comunidade não adianta”. Ela também comentou sobre uma possível exigência de curso superior para ingressar na polícia, que ela concorda porque isso dará uma maior importância para a profissão, mas ela acredita que isso é algo que deve ser colocado a longo prazo.

Respondendo a uma pergunta feita pelo professor Marcelo Nogueira, a Major Marlisa contou sobre como foi a escolha de ter entrado para a Polícia Militar. Ela inicialmente queria entrar para os bombeiros, como ele, e consegui. Depois de várias tentativas, o próprio irmão sugeriu que ela tentasse a prova para entrar na PM. “Foi uma grande descoberta fazer parte da polícia. Eu sou apaixonada pelo que eu faço e muito grata por tudo que ela me proporcionou”. A policial também falou sobre os campeonatos de futebol de salão, que pratica desde o primeiro ano de academia, ela joga representando a PMERJ em diversos locais e competições.

A convidada também falou um pouco sobre a presença de mulheres na Polícia Militar e como aos poucos elas estão conquistando seus espaços. “Agora a mulher pode subir até o cargo mais alto, só não tivemos uma comandante-geral mulher”. Ela também deu conselhos para aqueles que estão entrando agora na polícia e para os que pensam em entrar. “Se especialize ao máximo, porque tem vários espaços em várias áreas da corporação. Você pode ser do trânsito, montada, etc.”. 

Ao fim da live, o professor Marcelo Nogueira agradeceu a presença da Major Marlisa Amorim, que é ex-aluna dele, e também agradeceu a presença de todos os alunos presentes nos eventos “Sexta-feira legal”, que dessa vez teve que ser no ambiente digital por conta da pandemia de Coronavírus. 

 

Amanda Ramos, 6º período.

Constelação familiar na justiça é tema de palestra do curso de direito

Evento virtual transmitido no dia 4 de novembro incentivou métodos interdisciplinares na resolução de conflitos

Curso de Direito da Universidade Veiga de Almeida (UVA) promoveu a palestra sobre Constelação Familiar como tratamento alternativo em casos judiciais. Foi o terceiro evento realizado em parceria com a Comissão de Mediação de Conflitos da Ordem de Advogados do Brasil (OAB). Ministrada pela advogada Juliana Lopes, cofundadora da Associação Práxis Sistêmica, foram debatidas medidas interdisciplinares na resolução de conflitos.

Poucos conhecem a Constelação Familiar aplicada na advocacia. É o que afirma a advogada Francesca Consenza: “Esta prática resolve a raiz dos desentendimentos familiares, vai além da sentença de um juiz”. As dinâmicas colaborativas buscam a resolução de problemas afetivos. É uma nova perspectiva humanitária dentro do Direto. No entanto, Juliana Lopes esclarece que se trata de uma técnica adicional: “Ela não substitui o auxilio de um psicólogo ou um assistente social nos casos judiciais”.

A Constelação Familiar é uma prática de busca existencial. Por este motivo, gera polêmica em muitos profissionais. Conforme explica Juliana, este projeto tem amparo legal para ser aplicado. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) o reconhece como tratamento viável na resolução de conflitos. Em muitas sessões, é trabalhada a questão emocional dos participantes. Juliana ressalta que a Constelação Familiar não tem ligação com práticas religiosas: “É um espaço de autorreflexão, incentivamos a autonomia dos envolvidos”.

O efeito da Constelação na advocacia pode ser observado pelos dados. Em pesquisa realizada pela Associação Práxis Sistêmica, foi apontado o resultado das dinâmicas em grupo. Nos casos em que a Constelação foi aplicada antes da audiência judicial, 85% das pessoas chegaram a um acordo final. Já nos casos em que ela não foi aplicada previamente, apenas 66% acordaram frente ao juiz. Juliana afirma que os dados permitem consolidar a Constelação Familiar como uma prática viável na advocacia.

Novos métodos de conciliação podem modernizar a profissão. O Poder Judiciário Brasileiro vem incentivando práticas alternativas na resolução de conflitos. Juliana defende que a Constelação Familiar solidifica a paz dentro das relações. Com um caminho mais humanitário e integrado é possível construir uma justiça menos impessoal.

 

Murilo Holanda, 6° período.

Autor do livro “Relatos de mais um combatente em uma guerra sem vitórias” faz pré- lançamento no evento “Sexta-feira legal”

Os alunos do Núcleo de Prática Jurídica e o professor Marcelo Nogueira, da Universidade Veiga de Almeida, realizaram na última sexta-feira (30) mais um evento “Sexta-feira legal”. O tema da conversa foi o pré-lançamento do livro “Relatos de mais um combatente em uma guerra sem vitória” do major do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Leonardo Novo.

O convidado entrou para o BOPE em 2007 e ficou até 2012. “Na época que entrei, achava que para acabar como o problema da violência era só matar. Depois, descobri que o problema é muito grande e sistêmico”, conta. Graduado em Direito e mestre em Criminologia, ele também já atuou na Polícia Militar, e, atualmente, é chefe da inteligência do BOPE. 

A live começou com Leonardo respondendo perguntas dos participantes. O primeiro livro que escreveu foi “Direito Operacional’, que é mais voltado para a teoria, porém, utilizando vivências dele como base. “Acho importante ter alguém da ponta teorizando sobre segurança pública”, explicou. 

Ele também contou um pouco sobre como foi a idealização do livro que está prestes a ser lançado, e como sempre escrever as histórias que aconteciam no exercício da profissão tornou tudo mais fácil. A parte complicada foi reduzir o número de páginas para o que era permitido pela editora. “O que escrevi no livro é a verdade nua e crua, porque eu acredito que a gente não tem que esconder nada e a população tem que saber de tudo o que acontece”.

O título foi uma catarse da carreira na polícia “É difícil ficar dez anos na corporação e ver que as coisas só pioraram”, pontuou o major do BOPE. Ele revelou que queria fazer uma provocação com quem visse o livro na prateleira e compartilhou que já está pensando num futuro terceiro livro.

A guerra contra o tráfico que os agentes de segurança pública enfrentam e como ela está sendo enfrentada de maneira errada, além da aproximação da milícia com o tráfico e a descriminalização das drogas seria também foram temas contextualizados pelo autor.

Leonardo aqueles que pensam em ser policiais, Leonardo ressaltou que essa carreira não é um trabalho, e sim um sacerdócio, pois exige muita dedicação de quem opta por esse caminho. Ele também explicou o processo seletivo do BOPE e como os interessados podem entrar para a corporação, assim como detalhou como é difícil entrar para o Batalhão de Operações Policiais Especiais.

Ao fim da conversa, o convidado falou da estrutura disponível para o serviço dos policiais do BOPE, diferentemente da PM que está defasada e antiga. Ele encerrou a live discutindo a relação da polícia com a favela Tavares Bastos, um bom exemplo que deveria ser posto em prática em outras comunidades do Rio de Janeiro.

 

Amanda Ramos, 6º período.

Josemar Araújo fala dos desafios de ser professor com deficiência visual

Ontem (22)  foi dia da última live da série “O papo é inclusão”, produzida pelo curso de Pedagogia da Universidade Veiga de Almeida. O evento com a participação do professor Josemar Araújo encerrou a programação com o professor de direito falando sobre o que foi chamado por ele de “o outro lado da inclusão”, revelando os desafios de ser um professor com deficiência visual dando aula para alunos sem deficiência.

Josemar conta que uma das coisas que aprendeu rapidamente quando ingressou no magistério foi que devia, logo no primeiro contato com os alunos, informar que era cego e explicar toda a sua metodologia de ensino. Isso se deve ao fato de a maioria das pessoas não ter vivência como deficiente visual, não conhecer meios de realizar atividades básicas sem utilizar a visão, o que faz com que subestimem suas habilidades e o confundam com um aluno do curso.

O professor relata que obviamente tem suas limitações, pedindo e aceitando ajuda quando necessário. Ele conta que para corrigir provas e trabalhos, por exemplo, precisa da  ajuda de um leitor, uma pessoa que o informa o que foi escrito pelo aluno e recebe os comandos para fazer anotações, riscos e dar notas. Mas as dificuldades não são novidade para ele.O desafios são os mesmos da época em que era aluno. O esforço que fazia para aprender, agora faz para ensinar.

A pandemia foi um novo desafio. Com a obrigatoriedade das aulas online, o professor teve que lidar com um sistema que não estava preparado para receber deficientes visuais. Mas Josemar entende a solução de problemas como um dos deveres do professor. Precisou de ajuda até que fosse capaz de ministrar as aulas sozinho, sendo assim parte de uma pequena solução para um problema mundial. “Eu espero que meus alunos aprendam sobre direito, mas, sobretudo, espero que meus alunos aprendam sobre como conviver com a diversidade.”, afirma o professor.

Letícia Freitas, 7° período.