Comunicação e Arte

Veiga de Almeida possui Comissão que auxilia no combate ao preconceito

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+, em que a comunidade se reúne para celebrar a liberdade de ser quem é e amar sem medo. A sigla inclui lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e assexuais, além de outras sexualidades e identidades de gênero. Para que a diversidade seja respeitada, a representatividade é de extrema importância. Sabendo disto, a Universidade Veiga de Almeida fundou a Comissão de Diversidade e Direitos Humanos, composta por professores e representantes do Corpo Discente.  

A Comissão foi criada há aproximadamente três anos e é bastante ampla, além de ter como maior objetivo a promoção da representatividade e do respeito. Coordenada por professores de diferentes áreas ela possui diversas frentes, cada uma coordenada por algum professor específico. Eduardo Bianchi, professor do curso de Comunicação Social, é responsável pela comissão LGBTQIA+ e afirma que esta iniciativa é de imensa importância e pontua que a maior função da Comissão é criar sistemas internos que criem aparatos institucionais para que seja possível chegar até os alunos que compõem as diversidades tratadas.

 É extremamente importante que todos que fazem parte de alguma minoria se sintam acolhidos para que a gente possa crias comunicações internas mais corretas e coerentes, e para que as representações destes alunos existam dentro da universidade

(Eduardo Bianchi)  

Como citado acima, é inegável a importância da representatividade para a promoção do respeito, da diversidade e da busca pela igualdade de direitos. A existência da Comissão de Diversidade e Direitos Humanos se dá pela importância do combate ao preconceito através do conhecimento que ela promove, sendo importante para dentro e também para fora da faculdade. “Quando o aluno, ainda aluno, mantem contato com a diversidade aprende a respeitá-la e a lutar junto contra o preconceito, ele ganha a universidade internamente e o mundo externamente, formando profissionais que pensarão de forma mais ampla a existência de todas estas necessidades”, declara Eduardo Bianchi.  

O mês de Junho é extremamente simbólico principalmente perante o contexto atual. Apesar de passados muitos anos, grupos minoritários continuam sofrendo repressões diárias, intolerâncias que resultam em violência. O atalho mais eficiente para a quebra do preconceito é o conhecimento, logo, a iniciativa dos professores e reitores de criar esta Comissão é essencial para combatê-lo. 

Maria Clara Gobbi, 7º período 

Professoras do curso de pedagogia conversam sobre acessibilidade e inclusão na educação

O curso de Pedagogia EAD da Universidade Veiga de Almeida realizou  uma live com o tema “Acessibilidade: O design pedagógico da inclusão” com a professora Luciana Soares e a coordenadora Luzia Araújo. A dupla se encontrou no Instagram do curso na última quinta-feira, 10, às 19 horas e dividiram ideias sobre o assunto junto com vários alunos que assistiam. 

Para contextualizar um pouco sobre o tema, as palestrantes falaram sobre como o profissional de Pedagogia está sendo requisitado em espaços considerados não escolares, como empresas, por exemplo. Luzia, além de ser coordenadora do curso de licenciatura em Pedagogia EAD, é também coordenadora do Núcleo de Diversidade e Acessibilidade Humana, e, para introduzir sua fala explicou sobre a origem do termo inclusão e de como ele foi posto em prática na sociedade com o passar do tempo. 

Num debate sobre como a inclusão de pessoas com deficiência foi pensada e estudada, as duas docentes da UVA expuseram para os presentes sobre como essa área vem sendo colocada em prática nas escolas brasileiras.

No design inclusivo, o profissional não vai pensar só em uma estratégia e sim em uma trilha estratégica que vai utilizar um tablet, jogos e outras coisas

(Luzia Araújo)

Em um bate-papo muito descontraído, Luzia compartilhou com os presentes sobre experiências marcantes que viveu durante os 38 anos que trabalhou com o aprendizado inclusivo. Certa vez ela trabalhou no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro e estava em contato com uma aluna que era surda, possuía baixa visão e autismo. Ela contou que foi um processo de observação para entender a aluna e realizar atividades de aprendizado. “Foi tão bom ver ela fazendo os processos de assimilação, aprendendo as letras e até escrever o próprio nome. Eu me emociono cada vez que eu lembro disso”, relatou.

A live contou com vários alunos que interagiram o tempo todo com as professoras mandando perguntas e comentários que somavam ao debate. A conversa completa pode ser assistida clicando aqui.

Amanda Ramos, 7º período.

SECOM 2021 convida jornalista da Folha de São Paulo para falar sobre história centenária do veículo

O terceiro dia da Semana da Comunicação (SECOM) da Universidade Veiga de Almeida teve a presença de Luciana Coelho, jornalista e secretária-assistente de redação da Folha de São Paulo. A palestra foi mediada pelas alunas Thayane Melo e Mariana Oliveira e teve como tema os 100 anos de atuação do jornal no país. Prestes a completar 20 anos de trabalho em um dos principais veículos de comunicação do Brasil, Luciana contou um pouco da sua trajetória, os desafios da profissão e mostrou a importância de celebrar o aniversário da Folha de São Paulo, que está há um século a serviço da democracia. 

A colunista já atuou em diferentes áreas da profissão e possui um vasto currículo. Em 2018, venceu o Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo com uma equipe de 22 pessoas pela edição da série multimídia “Um Mundo de Muros”, premiada ainda com o Rey de España. Ela relata que sua trajetória na Folha de S. Paulo começou em 2002 na Folha Online cobrindo economia, em 2004 foi para Nova Iorque como correspondente júnior e em 2005 cobriu a eleição do ex-presidente George Bush.

Luciana também foi correspondente internacional na Europa. Em 2009, foi escolhida para trabalhar em Genebra, na Suiça. Depois recebeu o convite para ser correspondente em Washington, nos Estados Unidos, justamente no período de reeleição de Barack Obama. “Foi um período muito rico para cobrir os EUA e eu tive oportunidade de me dedicar a um tema que eu sempre me interessei e já tinha feito um pouco na Europa, que é a pobreza em países ricos. É um assunto muito mal retratado, tanto pela imprensa local mas sobretudo pela mídia internacional”, relembra a jornalista. Ao ser questionada sobre a atuação de uma correspondente internacional, ela enfatiza que foi um momento bem solitário, mas de muito aprendizado. “Não é só glamour como muitos pensam. Nunca aprendi tanto na minha vida, todos os dias eu aprendia algo novo, é uma experiência raríssima.”

Luciana, que era editora do Núcleo de Cidades, onde comandou a cobertura da pandemia de Covid, agora está há quase um mês exercendo um novo cargo na Folha. Hoje ela trabalha como secretária-assistente de redação, que é o setor responsável por coordenar toda a produção e edição do jornal. A respeito da temática dos 100 anos de atuação da Folha de S. Paulo, a jornalista enfatiza que em todos esses anos, o veículo está em constante evolução. “É importante mostrar que o jornal está sempre se reinventando em cima de bases sólidas, sempre ousando e buscando algo novo, investindo em projetos que às vezes passam fora do radar”.

Apesar de já ter atuado em coberturas de massacres, atentados, tragédias e diferentes ataques, Luciana revela que trabalhar na pandemia da Covid-19 superou todos esses cenários. Ela passou um ano cobrindo exclusivamente a crise pandêmica e não hesita em dizer que foi tudo muito intenso. “É difícil cobrir rotineiramente enterro e morte, por mais que você não conheça todas as pessoas não tem como não se comover”. Além disso, a colunista destaca que esse período a consumiu mais emocionalmente do que qualquer outra história que já vivenciou.

A cobertura da pandemia foi muito mais dolorida do que cobrir qualquer atentado, protesto violento, guerra. Teve uma semana que todo dia morria alguém que eu conhecia. É muito difícil escrever sobre isso e não ter perspectiva de quando vai acabar. É muito doído para quem trabalha com informação

(Luciana Coelho)

No final do evento online, que durou quase duas horas e reuniu mais 100 espectadores, Luciana ressaltou a importância dos futuros profissionais de comunicação insistirem na carreira e deu dicas para os alunos que estão em formação. “Leiam muito. Busquem sempre aprender. Sejam curiosos, não se deem satisfeitos com a primeira resposta. O jornalista tem que ser um inquieto, questionador. Não desistam, nós precisamos de vocês para perpetuar essa área. Quero ver todos vocês no mercado trabalhando muito e sem perder a consciência do que moveu vocês a escolherem o jornalismo”.

Manoela Anjos – 7º período

SECOM 2021: bate-papo virtual debateu a representatividade feminina nas telas do cinema

Para fechar o segundo dia da Semana de Comunicação UVA 2021, a representatividade feminina nas telas do cinema foi tema do debate. Para conversar sobre o assunto foram convidadas Marília Nogueira, produtora cinematográfica e diretora do Cabíria Festival; Alice Marcone, roteirista e atriz; e Luz Maribel Duarte, fotógrafa, realizadora audiovisual e integrante do Coletivo Cine Ara Pyau desde 2017. O professor e coordenador do curso de Cinema, Evângelo Gasos, foi convidado para mediar essa mesa virtual que aconteceu no canal do Youtube CasaCom Conecta no dia 25, às 19 horas.

Os alunos puderam ver um vídeo exclusivo enviado pela Netflix, com entrevistas de grandes executivos da empresa tratando sobre a importância de ter diversidade nas obras cinematográficas, seja de cor, gênero ou orientação sexual. Atualmente, Alice Marcone está trabalhando em uma série na plataforma de streaming e vê de perto essa busca por novas perspectivas.

Eu realmente percebo essa abertura e vontade de grandes empresas de streaming de buscar representatividade porque elas entendem que parte da população nunca se viu representada nas telonas

(Alice Marcone) 

Marília Nogueira participa ativamente para que mulheres possam ser melhor representadas no cinema. Ela é diretora do Cabíria Festival, um prêmio que premia os melhores roteiros escritos e protagonizados por mulheres. Ela dividiu com os presentes que certa vez teve um “insight” sobre como ter o homem em filmes é tão naturalizado durante a produção de um curta que era inspirado em uma história da sua avó. “Após tantas versões do roteiro, durante as gravações já, eu percebi que aquilo que tinha sido inspirado na minha avó estava sendo interpretado por um homem. E o pior é que eu nem consigo me lembrar quando e o porquê essa mudança ocorreu”, lamentou.

E diretamente da Argentina, Luz Duarte trouxe suas reflexões sobre a falta de representatividade dos indígenas nas telas do cinema. Ela, que é do povo Mbya Guarani, faz parte do Colectivo de Cine Ara Pyau, e contou que se ver nas películas é duas vezes mais complicado, por ser mulher e ser indígena. E o Coletivo Ara Pyau criado em 2017 tinha esse intuito, pegar a câmera e mostrar o ponto de vista deles, dando voz àqueles que muitas vezes são esquecidos pelas grandes produções de Hollywood. Ela dividiu com os alunos sobre algumas dificuldades que enfrenta com os outros 24 integrantes, desde conseguir equipamentos até ajuda financeira, que é nula vinda dos governos. 

Mulheres do audiovisual, com pontos de vistas diversos, conversam sobre representatividade feminina no cinema na SECOM. (Foto: Print da tela/Youtube)

O chat da live ficou recheado de perguntas dos mais de 500 alunos que estavam assistindo e mandando suas dúvidas para os convidados, buscando saber mais sobre os projetos comentados em suas falas e outras perguntas sobre o mercado audiovisual. Ao fim do encontro, houve a estreia do videoclipe da cantora Kamilla Mecbee, produzido pela produtora Alquimia do curso de Publicidade da UVA. Toda a live pode ser revista clicando aqui.

Amanda Ramos, 7º período.