Comunicação, Cultura e Inovação em debate

2º Fórum é promovido pela UVA com presença de jornalistas e pesquisadores de referência

 

Nos dias 20 e 21/8, o Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), localizado no Centro do Rio, recebeu o 2º Fórum de Comunicação, Cultura e Inovação, realizado pela Universidade Veiga de Almeida (UVA). Em mesas de debates temáticos sobre comunicação em aspectos políticos e teóricos, pesquisadores e jornalistas debateram conceitos de inovação e economia criativa aplicados à área. O evento é fruto do trabalho do grupo de professores pesquisadores dos cursos de Jornalismo e Publicidade e propaganda que, dentre outras coisas, deu origem a um projeto de Mestrado Profissional em Comunicação e Inovação, submetido à avaliação da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), vinculada ao Ministério de Educação. 

O início do evento contou com a presença da historiadora Jaqueline Pinheiro, do CCJF, que falou sobre a história do local, inaugurado em 1909 para ser a sede do Supremo Tribunal Federal no Rio de Janeiro, até então a capital do país. O edifício projetado pelo arquiteto Adolpho Morales de Los Rios conta com arquitetura eclética e elementos neoclássicos, e abrigou o STF até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília. Após anos de descaso, foi restaurado nos anos 90 e reabriu em 2001, como centro cultural.

 

Uma das organizadoras do evento, a professora da UVA e diretora executiva do CCJF, Maria Geralda de Miranda, destacou a importância do Fórum para a formação da carreira profissional do aluno. “Eu penso que o aluno precisa conviver com espaços de discussão e pensamento científico, sem falar do contato com outros profissionais e carreiras”. Já o coordenador do curso de Jornalismo, Luís Carlos Bittencourt, o Bitt, contou como surgiu a ideia de promover um evento sobre inovação e cultura associados à comunicação. “Fizemos um I Fórum interno e descobrimos que uma coisa que nos movia era pensar como a Comunicação poderia propor soluções inovadoras em suas áreas de atuação. Esse evento abre novas perspectivas para professores, pesquisadores e alunos, que podem ver respostas para questões que ainda não conseguiram solucionar”. 

 

Em seguida, a conferência de abertura se deu pela palestra “Perceptivas de Construção de Práticas de Inovação no Contexto da Comunicação”, na qual Jonathas Luiz Carvalho Silva, professor da Universidade Federal do Cariri e coordenador de Programas Profissionais da Área de Comunicação e Informação (CAPES – Quadriênio 2018-2022), falou sobre os conceitos de inovação. “A comunicação está presente em todas as etapas da inovação. Ela é um princípio para que a inovação aconteça. Esse fórum incentiva os alunos no trabalho de pesquisa e envolve na graduação a capacidade de construir conhecimento”, ressaltou.

 

Na parte da tarde, a segunda mesa, Comunicação, negócios sociais e digitais, composta por Fabro Boaz Steibel, do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS), e Ana Elisa Larrarte, Assessora da ONU de Programas para o Brasil e Cone Sul, foi mediada por Jacqueline de Cássia Pinheiro Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). “O aluno da universidade é um agente de transformação. Um evento multisetorial como esse permite ao estudante ver outras perspectivas de agir diferentes da vida acadêmica”, disse Fabro.

No final da tarde, aconteceu a apresentação de Comunicações submetidas por pesquisadores de diferentes instituições, seguida pela exibição de curtas produzidos por alunos e ex-alunos de comunicação, com curadoria do professor Evângelo Gasos. “Acredito que a exibição de trabalhos em um ambiente como esse legitima o esforço dos estudantes e a temática do fórum convida às experiências do curso de comunicação. Nossa mostra é uma maneira mais descontraída de chamar a atenção para o trabalho dos alunos”, afirmou.

 

Comunicação, tecnologia e cidades

O segundo dia de evento foi aberto pela terceira mesa de discussões, com o tema Comunicação, tecnologia e inteligência artificial. Estiveram presentes Ricardo Medeiros Pimenta, pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), João Vitor Rodrigues, doutorando em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e Ana Cláudia Guimarães, jornalista da Coluna Ancelmo Gois, do Jornal O Globo. A professora da UVA, Adriane Figueirola Buarque de Holanda, foi a mediadora da discussão, que girou em torno da tecnologia no contexto das ciências humanas. “É hora de fazer as pazes com as ciências exatas. Os dados estão aí e somos nós que poderemos mudar a cultura da formação humanística para que esteja de mãos dadas com a tecnologia”, explicou Ricardo Pimenta. O professor estará na UVA dias 20 e 27 de setembro com curso de extensão Humanidades Digitais, aberto para alunos de todas as áreas de conhecimento. 

 

A sequência do debate se deu em torno do tema Audiovisual e inovação, com a participação de Geovana Cypreste, da Brasil Audiovisual Independente (Bravi), e Ariane Diniz Holzbach, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), com mediação da professora Diana Damasceno. Enquanto Ariane abordou seu objeto de estudo, narrativas audiovisuais no mundo globalizado em desenhos animados infantis no Brasil, Rússia, Índia e Coreia do Sul, Geovana trouxe dados sobre o audiovisual nacional e sua importância estratégica enquanto indústria para a economia brasileira. “O audiovisual está à frente de indústrias como a farmacêutica na produção de riquezas para o país”, revelou Geovana, apresentando os dados.

 

Fechando as mesas, Comunicação integrada e cidade debateu as transformações no ambiente urbano, o que comunicam e o papel de profissionais da área de comunicação nesse processo. Participaram Ronaldo Lapa, subsecretário de Articulação Política e Acompanhamento dos Municípios, ligado à secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, e Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, Reitor da Universidade Veiga de Almeida, com mediação da professora Vania Fortuna. Ronaldo Lapa ressaltou a importância do contexto para análise crítica da relação entre poder público e meios de comunicação, além de suas consequências para a imagem da cidade do Rio de Janeiro. Já o reitor da Veiga, Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, trouxe em imagens as diferentes formas de comunicação no ambiente urbano, chamando atenção para a necessidade de trabalhar a diminuição das desigualdades no espaço urbano. 

Depois das mesas, o professor Luís Veríssimo, jornalista e psicólogo, apresentou seu projeto de pesquisa sobre impactos da tecnologia no relacionamento interpessoal e, na sequência, outra sessão de videoclipes e curtas encerrou o evento, com debate entre os alunos que tiveram trabalhos selecionados. A estudante de Jornalismo do 6º período, Caroline Belo, que teve dois curtas selecionados para o fórum, relatou a importância da experiência para sua carreira. “Eu me surpreendi com a estrutura do local, já que nunca havia ido ao CCJF. E o evento abriu espaço para diferentes discursos e narrativas sobre temas pertinentes à Comunicação, o que agregou ainda mais na minha vida pessoal e acadêmica”, concluiu. 

 

Por João Henrique Oliveira, 6º período e Luiza Almeida, 5º período

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