Mulheres, Artes Visuais e Cultura de massa

Simpósio realizado dentro da programação do 2° Encontro internacional de História e Parcerias destacou pesquisas e debates em torno dos temas

Falar sobre o feminismo é mais do que necessário. A cada hora no país, quatro meninas de até 13 anos são estupradas, de acordo com os dados de 2018, divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019. Já o feminicídio aumentou em 4% em 2018. E a violência sexual cresceu 4,1%. O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) fez um balanço de ligações feitas para o Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, e registrou que, nos primeiros seis meses de 2019, os relatos de violência chegaram a 46.510.

Por isso, pesquisas relacionadas a mulheres são relevantes e foram tema de um simpósio temático sobre mulheres nas artes visuais e na cultura de massa, realizado na última sexta-feira, 25/10, dentro do 2° Encontro internacional de História e Parcerias.

Dentre os trabalhos apresentados, a dissertação de Camila Ferreira Figueiredo tratou do reforço do discurso machista em 1940 da revista Eu Sei Tudo. Nessa época, as mulheres começaram a criar uma certa emancipação, pois supriram a falta dos homens, que estavam nas guerras, nos trabalhos que eram tidos como masculinos. Mesmo assim, o machismo era reforçado nas propagandas americanas, que reforçavam o padrão de beleza imposto para as mulheres. No Brasil, no Estado Novo, não foi diferente. “As propagandas no Brasil fortaleceram a ideia de que as mulheres deveriam ser enfermeiras na guerra, pois somos melhores com cuidados”, disse Camila.

Já a pesquisa de Tatiana Carvalho foi sobre como o cinema, também em 1940, influenciava nos padrões colocados pelos filmes hollywoodianos e como a indústria era e ainda é machista. “O cinema é um campo muito masculinizado. Todas as mulheres precisam se provar o tempo inteiro”, comentou. Tatiana ainda analisou a carreira de Carmen Santos, que, nesse período, era atriz, produtora e diretora, mas mesmo assim não era reconhecida por todos os seus talentos.

Para mim, enquanto aluna presente no evento, os dois trabalhos trouxeram somente uma pequena parcela dos efeitos que essas ações causaram e ainda causam na nossa sociedade. Também alertaram para a necessidade de analisar a história, o que nos mostra que ainda há muito trabalho pela frente, e que essas pesquisas são importantes para que o pensamento possa evoluir e que essas percepções sobre as mulheres possam ser transformadas.

 

Por Fabyene Melo, 6° período

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