PES DAY: Curso de Engenharia Elétrica da UVA promove um dia de debates sobre energia e suas fontes

No sábado (17), o curso de Engenharia da Universidade Veiga de Almeida promoveu o “PES Day” (Power Engineering Society), comemorado mundialmente no dia 22 de abril. A transmissão aconteceu via Canal do YouTube e foi dividida em três encontros. O primeiro aconteceu às 10:00, através de um WorkShop sobre a atuação de energia renovável no Vale do Silício, localizado no Estado da Califórnia – EUA, com o professor Daniel Lottis, bacharel em física pela Universidade Federal do Paraná, com PhD na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. 

O workshop foi mediado pelo aluno Matheus Zeferino e o professor Daniel compartilhou um material de slides sobre o tema “Energia Sustentável”, com foco no funcionamento e recarga de carros elétricos. Ele relembrou que o início de sua carreira foi em uma pequena empresa de memória, onde usavam substratos de silício e faziam os testes, o que o levou a passar seis semanas na Coréia, como consequência de seu trabalho e para realizar pesquisas sobre o desenvolvimento sustentável e a recarga de baterias renováveis. 

Além do material por escrito que embasou ainda mais o encontro, Daniel apresentou fotos de seu arquivo pessoal para mostrar aos alunos o monte do Vale do Silício, explicando que costuma levar seus carros elétricos até o alto deste morro para abastecê-los e declarou que este trajeto dá muito medo por ser extenso demais. 

Ao decorrer do WorkShop, muitos lugares foram citados como exemplo de produção de energia renovável. A Califórnia foi muito citada pelo professor, por ser muito desenvolvida em relação à sustentabilidade. Daniel Lottis afirma que isto demonstra muita coisa: “Existe um contraste enorme entre a importância econômica e populacional demográfica, comparada ao seu impacto em termos de sustentabilidade. Isso ilustra muita coisa: como a cultura de um povo, através de decisões e leis, se traduz em impacto ambiental”. 

O professor perpassou sobre o fato de certos estados terem uma autonomia muito grande em termos legislativos, o que acaba por influenciar nos impactos ambientais, reduzindo o controle. Durante todo o WorkShop, foi reforçada a importância dos alunos, futuros engenheiros, direcionarem a atenção para os impactos ambientais que seus trabalhos causarão, sendo possível evitar ao máximo prejudicar o meio ambiente. Ao final, foi deixado o convite para que os graduandos assistissem às mesas redondas que aconteceram posteriormente, na tarde do dia 17. 

O professor Daniel Lottis falou sobre Energia Renovável no Vale do Silício (Imagem: Print de Tela)

A segunda rodada do evento PES DAY, que se iniciou às 13h, contou com uma mesa redonda para debater a “Relação entre Estado e Dinheiro Dentro da Revolução de Energia Limpa”. A mediação do evento ficou por conta da aluna da Universidade Veiga de Almeida Samara Viana, além da participação de Rita Figueiredo, professora da UVA há mais de 20 anos e engenheira EletroNuclear, Lorraine Gonçalves e Helena Leitão, ambas ex-alunas do curso de Engenharia Elétrica da UVA.

As convidadas discutiram sobre o cenário da energia atual no Brasil e as possibilidades para o futuro, como a incorporação do chamado “mercado livre”, explicado pela engenheira Lorraine Gonçalves. Trata-se de um modelo de mercado de energia elétrica que permite ao consumidor escolher de qual fornecedor receberá sua energia, diferente do sistema atual brasileiro, onde cada empresa abastece determinados locais das cidades. Foi debatido ainda o uso da energia solar centralizada, uma alternativa rentável da perspectiva financeira do Estado.

“Ela é um investimento seguro, não falo da energia em si, falamos de investimento, que é principalmente o que os grandes empreendedores buscam”,

(Lorraine Gonçalves)

A professora Rita Figueiredo aproveitou sua fala para trazer ao debate o preconceito que ainda existe contra as usinas nucleares por conta de acidentes que aconteceram no passado, como Chernobyl e Fukushima. Figueiredo questionou ainda se tais eventos são suficientes para negar o uso desta fonte de energia elétrica, que ao contrário das fontes solar e eólica, não depende da sazonalidade e de eventos naturais para gerar energia, causando menos instabilidade na geração e distribuição da mesma.

Mesa redonda sobre A Relação entre Estado e Dinheiro Dentro da Revolução da Energia Limpa (Imagem: Print de Tela)

Para fechar o PES Day UVA, o engenheiro mecânico e gerente de Inovação e Sustentabilidade da AHK- Rio, Ansgar Pinkowski, foi convidado para falar sobre o potencial do Hidrogênio Verde no Brasil, sob mediação do aluno Rafael Passos. O engenheiro iniciou a palestra explicando o aumento expressivo de CO² na terra e o possível impacto futuro deste crescimento exponencial; a temperatura média global da superfície pode aumentar 5°C até o fim do século. 

Pinkowski detalhou a estrutura básica do hidrogênio, o vetor energético mais eficiente, além de ser um combustível que não produz emissões poluentes. A classificação em cor do hidrogênio serve para diferenciar sua origem, por exemplo, o “hidrogênio verde”, protagonista da apresentação, é obtido via eletrólise. Pinkowski relembra ainda quão versátil o hidrogênio verde pode ser, além da grande capacidade de produção de hidrogênio verde no Brasil. O país pode lucrar até R$ 2,8 trilhões com a “economia verde”.

“O hidrogênio verde representa uma alternativa sustentável para geração de energia e empregos a médio e longo prazo”, concluiu Pinkowski sobre as perspectivas futuras da área. O engenheiro respondeu às questões dos alunos e, ao final, os mediadores do evento PES Day agradeceram a presença de todos.

Rafael Passos recebe Ansgar Pinkowski (Imagem: print de tela)

Confira as palestras completas acessando o canal do YouTube “IEEE Pes Uva”.

Maria Clara Gobbi, 7º período; e Ana Clara Serafim, 6º período 

 

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