Professores de Jornalismo da UVA contam os desafios do magistério e das aulas online

Maristela Fittipaldi e Guto Lacerda falam sobre a trajetória dentro da universidade

 

Durante esse ano, os professores mostraram, mais uma vez, que são os super-heróis da educação. Era necessário se adaptar ao ambiente online para dar continuidade ao ano letivo durante a pandemia, e assim, ensinarem alunos em todo o Brasil diretamente de casa. Na Universidade Veiga de Almeida (UVA) não foi diferente. Apesar de ter uma grande presença na internet com as matérias online, foi preciso se adequar ao ensino remoto. 

A professora Maristela Fittipaldi faz parte do corpo docente da UVA há 23 anos, e afirma que a transição para o meio online não foi complicada, mas trabalhosa. “Por incrível que pareça, já que não sou muito tecnológica, não tive dificuldades. Estou tendo cuidado em criar slides mais visuais, dinâmicas que possam ocorrer online e utilizar ferramentas como vídeos para variar a aula e manter a atenção dos alunos”.

Para ela, o magistério aconteceu por acaso quando foi convidada para dar uma palestra na universidade. “Nunca pensei em ser professora, mas fui convidada por uma amiga e antiga professora da Veiga, Luiza Cruz, para dar uma palestra sobre ética e passei a  vislumbrar a possibilidade de atuar como professora”. Na época, sua maior dificuldade foi desenvolver uma didática desconstruindo seus métodos e conhecimentos, como jornalista, para idealizar junto aos alunos. 

Segundo Maristela, os professores precisam se manter atualizados para poder realizar a troca de conhecimento com os alunos e para que consigam ser pessoas melhores. São percepções acumuladas durante a sua carreira. “Ser professor nos ensina a ser melhores em todos os sentidos, para que possamos doar o melhor de nós, pois só compartilhamos o que temos”.

Hoje em dia, Maristela é convidada de honra nas formaturas e apresentações de trabalho de conclusão de curso (TCC), e afirma que fazer parte desse momento na trajetória do estudante é maravilhoso. “Sei que estou ali representando todo o corpo docente da UVA. É certamente um reconhecimento de que nosso esforço por fazer o melhor para os alunos está dando certo e rendendo bons frutos. Participar deste momento tão importante na vida de um deles é mágico”. 

Outro convidado ilustre dos alunos nas formaturas é o professor Guto Lacerda. Para ele, esse convite no final da trajetória dos estudantes é um dos maiores reconhecimentos de um profissional que segue a carreira do magistério. “É uma honra muito grande. Palavras não conseguem expressar o orgulho que é ser homenageado por tantas turmas”. Ele está na universidade desde 2012, quando fazia oficinas com a TV UVA. Mas somente em 2014, se tornou parte do corpo docente. 

Ser professor não fazia parte dos seus planos. Ele pretendia trabalhar com pesquisa então continuou estudando. “Fiz a graduação, pós-graduação, mestrado, e depois surgiu uma vaga para as disciplinas de TV na Veiga de Almeida. Eu fiz os testes e as provas e fui aprovado. Foi acidental, porque eu não esperava, mas com um orgulho  muito grande”. Por ter uma aparência jovial, muitos alunos o confundem no primeiro dia de aula e isso o diverte. “Às vezes eles estão esperando um ancião chegar para dar a aula. Estabelecer essa conexão é um desafio”. Além disso, uma das maiores adversidades para ele é sempre se manter atualizado no contexto de tantas mudanças nas tecnologias da comunicação.

Durante a sua carreira como professor, Guto afirma que a sua maior lição foi aprender sobre a diversidade, a riqueza das opiniões e a autenticidade de cada estudante em sua fala. “Eu tento trazer uma sala de aula mais horizontal possível e escuto cada um deles. Lidar com isso me mostrou quão ricos somos como indivíduos e quanta sabedoria o estudante tem e pode compartilhar comigo”.

A distância dos alunos nesse período de isolamento está sendo a grande dificuldade das aulas online, visto que nem todos os integrantes estão dispostos a ligar a câmera ou o microfone. “Presencialmente nós conseguimos desenvolver uma pedagogia muito mais rica, intensa e com trocas constantes”, afirma o professor Guto.

Para os outros professores que se desdobraram durante a pandemia, Guto pede para que não percam a fé nos alunos, não deixem de exercitar o papel de ouvinte e de estabelecer trocas efetivas. “Nós estamos na posição de expositor do conteúdo, e às vezes nós podemos nos afastar de uma comunicação que também ouve os alunos”. Já Maristela pede para que eles se motivem pela certeza de que quando os profissionais da educação se juntam, vencem as eventuais dificuldades. “No fim, ficamos todos mais fortes. De perto ou de longe, o importante é estarmos juntos”.

 

Luiza Almeida, 7º período.

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