Projeto de extensão do curso de enfermagem atende presidiárias

Os alunos de enfermagem da Universidade Veiga de Almeida, campus Tijuca, provaram que é possível quebrar preconceitos e vivenciar novas experiências de vida. Um exemplo disso, é o projeto social “Coleta de preventivo em mulheres privadas de liberdade”, idealizado pela professora e enfermeira Abilene Gouvêa em parceria com a Diretora de projetos de programas especiais da secretaria de Estado de administração penitenciária (SEAP), Rosana Corrêa.

A atividade que acontece em dois presídios do Rio de Janeiro, conta com o apoio do coordenador de enfermagem e doutor em saúde coletiva, Márcio Tadeu e faz parte da disciplina do curso “Saúde da Mulher” ministrada pela professora Abilene. Para ela, a parte prática do curso é de suma importância para os alunos, principalmente para àqueles que fazem parte do internato (10º período), “É uma ação que abre portas para uma série de outras ações”, ressalta. Com isso, o projeto faz com que os estudantes experimentem na prática aquilo que aprendem em sala de aula.

Acompanhadas quinzenalmente, as detentas do Talavera Bruce, em Bangu, recebem auxílio profissional onde são realizados exames preventivos, atendimento à gestante e consultas de pré-natal. O projeto que surgiu em 2016 e foi realizado na última semana de setembro, no Instituto penal Oscar Stevenson, tinha inicialmente o intuito de promover a campanha do Outubro Rosa daquele ano. Entretanto, teve grande relevância e permanece até hoje como um projeto de extensão do curso de enfermagem da universidade, atendendo ambos os complexos penitenciários com possibilidades de crescer ainda mais.

Para a diretora de projetos e programas especiais da SEAP, Rosana Corrêa, a ação trouxe um novo olhar para a saúde dessas mulheres que, até então, eram excluídas da sociedade. “Permitir uma sobrevida a uma mulher privada de liberdade dá a ela uma nova possibilidade de construção da sua história”, explica. A diretora ainda ressalta que é de extrema importância descobrir precocemente o câncer de colo de útero para que seja possível tratá-lo o quanto antes.

No entanto, o projeto agrega benefícios não apenas à vida das mulheres que recebem acompanhamentos regulares, mas também faz com que os alunos identifiquem neles mesmos um crescimento pessoal e profissional. “Adquirimos experiências para separar o lado profissional do emocional, sem contar com o acréscimo de maturidade, enxergando-as como qualquer outra paciente”, conta a aluna Caroline Jardim.

Com isso, os estudantes vêm se engajando cada vez mais nas aulas práticas da disciplina, demonstrando que é possível romper barreiras e conviver com pessoas que tenham uma realidade diferente, como foi o caso da aluna Thaís dos Santos. “Tive medo, preconceito, ansiedade e uma mistura de sentimentos, mas agi naturalmente como uma enfermeira no exercício de sua profissão”, diz a aluna enfatizando que a saúde é um direito para todos.

Camilla Lemos (6º período), Isadora Farias (6º período), Ivy Vera-Cruz (8º período) e Thamires Faria (6º período)

Universidade Veiga de Almeida

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