Se você é escritor, tem um livro e sonha em publicá-lo, mas já enfrentou muitas dificuldades ao tentar achar uma editora que te dê uma chance, você precisa conhecer essa história. Sabemos que quando estamos nesse meio, são notáveis o desinteresse e a desvalorização para com a literatura brasileira. Mas são pequenas ações e grandes passos que nos mostram que apesar de difícil, não é impossível: esse é o Projeto Quimera.
Antes chamado de Voo literário, o projeto nasceu em 2017, sete anos após o surgimento da ideia. Quimera, no dicionário, significa sonho; resultado da imaginação que tende a não se realizar. Porém, muito além disso, hoje ultrapassa as barreiras e traz a felicidade de pessoas que um dia já foram desacreditadas e faz, de seus sonhos, realidade.
A fundadora do projeto é Marianna Roman, aluna do 7º período do curso de Publicidade da UVA e escritora. Ela teve a ideia inicial com o objetivo de ajudar amigos e conhecidos também escritores. “Eu lancei meu primeiro livro aos 17 anos. Na época, conheci muita gente que escrevia e não falava para ninguém, mas veio conversar comigo porque queria uma luz, saber como era o processo. Como acontece até hoje. Então decidi que quando pudesse, abriria uma editora para ajuda-los. O propósito foi atingido com êxito”.
O sucesso não poderia ser diferente. A escritora, que hoje tem 26 anos, 16 livros de diferentes gêneros publicados, uma história de vida cheia de altos e baixos e um coração enorme, é apaixonada por livros desde que se entende por gente e sabe que, muito mais que uma história, a literatura pode salvar vidas. “É essencial na formação do ser humano enquanto indivíduo. A pessoa que lê tem a oportunidade de enxergar as situações de diferentes perspectivas. De interpretar os problemas e até mesmo a própria felicidade com outros olhos, ouvidos e atitudes”, conta, lembrando que além de ajudar novos talentos, quer levar com a literatura brasileira mais conhecimento, percorrendo com o projeto por várias escolas públicas do Rio de Janeiro.
Porém o seu maior diferencial, ela garante, é que todas as pessoas que por lá passam são tratados como família. Descreve que muitos chegam, muitas vezes, tímidos e sem acreditar que vai dar certo. São acolhidos, recebem dicas e toda a atenção, suporte e esperança, que é exatamente isso que se é preciso para alimentar e não matar um sonho. “Aquilo que ele fez vai dar a ele a chance de seguir no caminho de fazer algo relevante e importante para si e para os outros. Vivemos em comunidade e temos que ser empáticos e respeitosos com o próximo. A literatura nos ensina muito sobre isso”, explica ela, dando a certeza que todo esse seu carinho veio diretamente disso e que é o que ela quer que o projeto seja, puro respeito e acolhimento.
Com a certeza de que nada é por acaso e com sua enorme vontade e força de querer fazer o mundo mudar, ela não pestaneja. “Eu tive problemas de saúde, e por isso quase morri. Quando melhorei, decidi que ia fazer diferente, que ia fazer mais por mim, correr mais atrás dos meus sonhos. A Quimera é a grande concretização, o sonho de metade da minha vida que virou realidade e me deu coisas que vão além do que eu imaginei. Nada paga a sensação de ver o brilho nos olhos ao autor, do leitor, ver os projetos ganhando forma. Isso me tornou quem sou hoje e faz de mim melhor a cada dia. E para Quimera, vejo crescimento, vejo um projeto que propõe verdade, que é de verdade e que acredita no futuro realizando sonhos”, finaliza, certa de que seu trabalho vai muito além de uma editora, mas é uma recordação diária que nenhum sonho pode ser esquecido e deixado para trás.
Laboratório de Comunicação Interna, Bárbara Micas, 6° período do curso de Jornalismo, Universidade Veiga de Almeida – campus Tijuca
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