Jornalismo científico e fake news em tempos de pandemia foi tema do debate
A última palestra desta segunda-feira (27), transmitida pelo youtube da SECOM CONECTA 2020, contou com a participação da jornalista Suzana Liskauskas – mestre em educação, gestão e difusão em biociências do programa de mestrado profissional do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ e colaboradora do jornal Valor Econômico, e do biólogo Marcos Vinícius Soares – especialidade em Biologia molecular pela UNIRIO. Os convidados debateram sobre o tema “Comunicação em tempos de fake news”.
Marcos apresentou sete tipos de fake news, que podem ser: uma sátira ou paródia, uma falsa conexão, um conteúdo enganoso, de falso contexto, um conteúdo impostor ou um conteúdo manipulado. O viés escolhido pelos palestrantes foi o jornalismo científico e as fake news que vêm ocorrendo durante o período de pandemia.
“Você precisa conhecer a ciência para falar da ciência. Por isso, é importante usar a mídia para se aproximar da sociedade”, disse Suzana ao ressaltar como a divulgação científica necessita estar alinhada à ciência e ambos precisam estar a serviço do bem estar da humanidade. Ferramentas básicas do bom jornalismo, como a apuração e a checagem de currículo lattes da fonte da informação são pilares para a credibilidade da pesquisa científica.
Os palestrantes apresentaram diversas fake news divulgadas pelas redes sociais e explicaram o prejuízo que a disseminação dessas notícias pode trazer tanto para a comunidade científica como para outras pessoas. Exemplo disso foi o vídeo de uma mulher, sem qualquer embasamento científico, incentivando pessoas a comprar um refrigerante que supostamente teria na sua composição a cloroquina – medicamento que ganhou notoriedade pela possibilidade de cura do Covid-19. Não há, no entanto, nenhuma comprovação científica da eficácia do remédio.
Marcos falou do aplicativo “Eu fiscalizo”, criado pela Fiocruz, que checa se notícias sobre o novo coronavírus – a maioria recebidas em grupos de whatsapp – são verdadeiras ou falsas. O site saúde.gov.br, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, tem o mesmo objetivo. O palestrante ressaltou que toda notícia que não tiver uma fonte confiável, não deve ser divulgada: “Você não compartilha nem para mostrar que aquela notícia é falsa”, disse.
Ao fim da palestra, foram apresentados passos importantes para desmascarar uma notícia falsa. São eles: ler a matéria inteira, analisar a linguagem – geralmente fake news possui erro de grafia, cruzar as fontes, buscar a fonte original, checar as datas, avaliar a credibilidade do veículo e questionar – mesmo que a notícia pareça confiável, pense “e se eu estiver errado?”
Por Clarissa Lomba Gonçalves, 6º período
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