Série de lives sobre inclusão discute os desafios da pandemia na vida escolar dos deficientes

O desafio da inclusão escolar para pessoas com deficiência durante a pandemia do novo Coronavírus foi o assunto da primeira live da série “O papo é inclusão”. A conversa foi transmitida, via Youtube, pelo curso de pedagogia nesta quinta-feira (01). O professor de direito da Universidade Veiga de Almeida, Josemar Araújo, deu seu ponto de vista como portador de deficiência visual.

Com a medida de distanciamento social como forma de diminuir o contágio do covid-19 as aulas presenciais foram substituídas pelas virtuais. Uma solução que pode parecer simples e eficiente, mas não é assim para todos. Quando se perde um dos cinco sentidos, é necessário que outro seja usado no lugar dele. No caso do deficiente visual a visão é substituída pelo tato, alteração que se torna inviável para exercer as atividades online. 

Josemar fala sobre como o braile foi importante na construção do seu conhecimento escolar e como, durante a pandemia, a alfabetização de cegos por esse meio foi inviabilizada. Ele relata que esse fato gera um atraso ainda maior em uma educação que já costuma ser mais lenta devido às barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência. 

Mas não é só no aprendizado da língua portuguesa que moram as dificuldades, elas também se estendem para a área de exatas. Para realizar cálculos matemáticos sem o uso de calculadora é necessário um instrumento chamado soroban, que assim como braile, tem o aprendizado condicionado a um professor que possa ensinar por meio do tato.

Para além da educação, o professor ainda relata que a pandemia dificultou até atividades simples, como atravessar a rua. Com a ordem de evitar o toque ele afirma que a população carioca, antes solicita as seus pedidos de ajuda para chegar ao outro lado da calçada, agora se encontra com medo por não se sentir segura com a ideia de encostar em outra pessoa. 

Momentos de crise deixam ainda mais claro que a sociedade ainda tem muita a evoluir na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e que a empatia deve ser colocada em primeiro lugar na luta pela inclusão. A igualdade de direitos desse ser uma busca constante, ou como citado pelo professor: “o direito a diferença é uma condição para o exercício do direito à igualdade”.

 

Letícia Freitas, 7° período.

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