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Mesa virtual da SECOM 2021 debate a cultura do cancelamento

Um assunto muito comentado ultimamente é a “cultura do cancelamento”, e nada mais apropriado do que tratar desse tema na tarde do segundo dia da SECOM UVA. Sob o foco “Cancelados X Amados: Fake News, preconceito e política de cancelamento no BBB”, os convidados Danrley Ferreira, ex-BBB; e Thiago Soares, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conversaram em live no canal do Youtube CasaCom Conecta, com mediação dos professores Cecília Seabra e Eduardo Bianchi.

Para os mais de 400 espectadores que assistiram o bate-papo, Thiago Soares, que também é coordenador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Música e Cultura Pop (Grupop), pôde explicar sobre alguns conceitos que os reality shows, em especial o Big Brother Brasil, trouxeram para a cultura popular.

A cultura do cancelamento opera em uma quebra de expectativa, e funciona em uma espécie de vigilância coletiva que pune o outro que desvia dessa dinâmica. E na edição deste ano ficou muito claro os dois roteiros possíveis em um reality: o de ódio, com a Karol Conká; e o de amor, com a Juliette

(Thiago Soares)

Esse movimento muito comum nas redes sociais ganhou espaço em programas como o Big Brother Brasil, onde a constante exposição abre margens para essas situações. Danrley Ferreira viveu na pele essa realidade ao entrar na edição de 2019 como um dos favoritos, visto que muitas pessoas se identificaram com sua trajetória de vida, porém ele foi alvo de muitas fake news. “É muito assustador ter que lidar com a fama após sair do programa. Eu tive que aprender a conviver com essa fama que a internet ajuda a manter, e lá vai ter gente que te ama e te odeia de graça, só pelo que viu durante a participação no programa”, contou o ex-bbb.

Em conversa descontraída, os convidados debatem as consequências dessa onde de cancelamento nas redes sociais. (Foto: Print de tela/Youtube)

Os participantes do bate-papo falaram sobre como a dinâmica do programa foi se modificando ao longo dos anos, já que na edição de 2019 a ganhadora foi exaltada por ser imperfeita (e não ter medo de ser quem é e falar coisas racistas) e dois anos depois, no ano de 2021, o apresentador precisou intervir com um discurso sobre uma situação de preconceito que ocorreu. “Hoje esse feedback é recebido muito diretamente. Em 2019, o pensamento da ganhadora estava alinhado com o público e hoje isso não tem mais espaço”, pontuou o professor Eduardo Bianchi, indicando que isso se deve pelo retorno que recebem do público. 

Todos os alunos que estavam presentes interagiram constantemente através do chat da plataforma mandando diversas perguntas para os convidados que foram utilizadas para enriquecer ainda mais a discussão. Thiago respondeu uma dúvida sobre como os “juízes da internet” ganharam espaço com as mídias digitais com o avanço da personalidade performática e Danrley incrementou o debate com a experiência que teve ao sair do reality show. A live completa está disponível, basta clicar aqui.

Amanda Ramos, 7º período