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Encontro online promove debate sobre o protagonismo da mulher no setor jurídico

O “Protagonismo das Mulheres no Setor Jurídico e os Desafios da Sociedade Atual” foi o tema da palestra mediada pela professora Carla Veloso, do curso de Direito, na última quinta-feira (11/3), às 10h. O encontro, realizado pela plataforma Google Meet, contou com a participação das advogadas Camila Rodrigues, Andréa Cabo e Priscila Vasconcelos e debateu sobre as oportunidades e os obstáculos existentes na trajetória profissional.

Camila fez trabalho voluntário no início da carreira (Imagem: print de tela)

 A advogada Camila Rodrigues, que, atualmente, é diretora da Escola Superior de Advocacia (ESA)  da OAB/RJ Leopoldina e coordenadora do Caixa de Assistência da Advocacia do Rio de Janeiro (CAARJ), começou a carreira com trabalho voluntário na ESA e diz que o período foi fundamental para sua formação.

“Os cursos que eu fiz na OAB e o tempo que eu fui voluntária mudaram minha vida. Foi aberto um leque muito vasto depois, tanto de conhecimento teórico como de conexões com outros advogados”, contou Camila, reforçando a importância  do estudo contínuo e das especializações.

Andréa acredita que as mulheres precisam de mais vagas de liderança (Imagem: print de tela)

Já a advogada trabalhista Andréa Cabo se formou, primeiro, em Administração para, só depois, decidir pela mesma carreira dos pais e do irmão. Para ela, ainda é preciso ter mais espaço para mulheres em cargos de liderança. Andréa, que é coordenadora dos Projetos CAARJ 4.0, ainda lembrou sobre o caso de uma parlamentar de São Paulo que sofreu assédio em pleno exercício da função. “A punição para o parlamentar que a assediou era para ter servido de exemplo à sociedade; porém, não foi o que aconteceu”. Para oportunizar experiências, Andrea disse aos futuros profissionais buscarem o CAARJ 4.0 para desenvolver projetos.

Com intenção de abrir os olhos dos estudantes para oportunidades como a que Andréa indica, a advogada e pesquisadora nas áreas de Direito Ambiental e Direito de Energia, com ênfase em energias renováveis, Priscila Vasconcelos, apontou que o campo do Direito vai além dos concursos públicos e que muitos não pensam nas outras possibilidades que podem existir para o advogado. Ela ressaltou que, atualmente, o mercado abriu novas portas para quem é formado na área, como consultoria, atuação na área empresarial e compliance. Priscila também explicou para os ouvintes sobre o surgimento e crescimento do Direito Ambiental e chamou os alunos para participarem dessa área do Direito e entrarem no ramo da pesquisa.

As três palestrantes deixaram suas redes sociais para conversar com qualquer espectador que queria tirar dúvidas e responderam algumas perguntas sobre os projetos da CAARJ 4.0. Ao longo da live, os alunos mandaram perguntas para as convidadas que responderam de prontidão. A mediadora, professora Carla Veloso, encerrou a palestra agradecendo as profissionais pelo tempo dedicado para falar com os cem alunos que acompanharam a palestra.

Amanda Ramos, 7º período

Dia Internacional da Mulher é celebrado em evento virtual promovido pelos cursos de Jornalismo e Publicidade da UVA

 A professora Vania Fortuna faz a mediação do encontro entre Claudia Bellizzi, Isabela Nunes e Suzana Masetti (reprodução da transmissão)
A professora Vania Fortuna faz a mediação do encontro entre Claudia Bellizzi, Isabela Nunes e Suzana Masetti (reprodução da transmissão)

Os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Veiga de Almeida uniram forças na manhã de segunda-feira (8) para comemorar o Dia Internacional da Mulher, em uma live pelo canal da Casa da Comunicação no YouTube. O evento, que teve início às 10h, foi mediado pela professora Vania Fortuna e trouxe o tema “Mulheres que fazem a diferença ao Coletivo”. Para debatê-lo, o encontro recebeu três convidadas: Claudia Bellizzi, idealizadora do projeto The English Club; Isabella Nunes, diretora do MINA Comunicação e Arte; e Suzana Masetti, coordenadora artística da Rádio Antena 1 FM RJ. As profissionais têm em comum a missão de impactar positivamente a sociedade através da Comunicação e suas possibilidades.

A primeira convidada a compartilhar sua trajetória foi Claudia Bellizzi. A professora de Inglês e Jornalismo dividiu com os espectadores a sua experiência na idealização e coordenação do projeto social The English Club, iniciativa que, por dois anos, ofereceu aulas de Inglês gratuitas para mais de 200 moradores do Complexo do Alemão. Claudia, que morava na Inglaterra quando teve a ideia de estruturar o projeto, disse que, mesmo estando do outro lado do Atlântico, sua atenção sempre se voltava para o Brasil. “A questão da desigualdade me incomodava muito”, disse a professora, citando sua preocupação em garantir oportunidades educativas para todos como principal motivação para o desenvolvimento da ação.

Ao lado de Claudia durante o processo esteve Rene Silva, líder comunitário reconhecido no Complexo e fundador do jornal Voz das Comunidades. Juntos, ambos articularam a contratação de professoras moradoras da comunidade, a divulgação do projeto e a cobertura das atividades realizadas pelo The English Club nas mídias acessadas pela comunidade. Como uma das conquistas do projeto, Claudia cita ainda uma parceria com a Cambridge University Press, editora de livros didáticos de língua inglesa, que forneceu materiais para as turmas do projeto. A autoconfiança e o empoderamento gerados nos alunos é, para a professora, um grande legado da ação.

A jornalista Isabella Nunes deu continuidade ao evento, agregando à conversa sua experiência como diretora do MINA, grupo formado por mulheres que presta consultoria e gere projetos envolvendo arte, cultura e comunicação. A profissional compartilhou sobre a mudança de perspectiva que alcançou quando passou a se questionar sobre o seu lugar na área em que atua, e o que poderia fazer para torná-la mais igualitária e justa: “Há, na Comunicação, uma responsabilidade coletiva na disseminação de ideias e pensamentos que promovam a justiça”. Seguidora do que denomina como Marketing Social, a comunicadora acredita na promoção de ações que buscam a mudança do comportamento coletivo.

Isabella também ressaltou a necessidade de compreensão das desigualdades ainda presentes no mercado, sentidas principalmente por mulheres negras e indígenas. “A liderança masculina branca ainda é maioria nas empresas”, aponta a jornalista, quando questionada pelo espectador Luan Santos a respeito da situação no mercado. Nunes encoraja que se preste atenção ao que já tem sido feito por comunicadoras negras, que compartilham seus pontos de vista e ocupam esses espaços. Como exemplos de trabalho de mulheres não-brancas na área da Comunicação, a jornalista referenciou o Instituto Geledés e a organização Criola.

Não desistam nunca, tenham garra e acreditem. Seja em qualquer mídia, nós somos muito importantes

(Suzana Masetti)

A historiadora e filósofa Suzana Masetti deu sequência à live. A paulista, que já mora no Rio de Janeiro há 30 anos, ressaltou a “cara de pau” que foi necessária para que pudesse se inserir no mercado da Comunicação, já que veio de formações acadêmicas distintas. “Levei uma fita cassete até a emissora e disse que era daquele jeito que eles deveriam estar apresentando!”. Sobre a rádio Antena 1 FM, onde trabalha, Suzana destaca o quadro de funcionários majoritariamente ocupado por mulheres e a locução diária comandada por elas.

A radialista destaca também a preocupação da equipe em trazer boas notícias. “Estamos vivendo um momento tão ruim, é um bombardeio, então temos essa preocupação de mostrar o que está acontecendo de positivo durante a pandemia”. Suzana acredita que incluir momentos de positividade e esperança durante a grade de programação da rádio é essencial, e como outro exemplo cita o segmento Impacta Rio, que busca se aproximar da rotina e da realidade da população. “Temos um espaço reservado para dar voz ao cidadão carioca que está fazendo a diferença no Rio de Janeiro”.

Quando questionada por uma espectadora sobre como é a presença da mulher num estúdio de rádio, Suzana contou que existem, sim, particularidades femininas no convívio do espaço, o que considera muito interessante de se presenciar. “Acontece de uma locutora retocar o batom no intervalo, às vezes se aproveita o tempo para uma fofoca, ou às vezes alguma de nós não está num dia muito bom”. Entretanto, o profissionalismo é o que prevalece entre as locutoras, independente do momento. “Quando o microfone liga, é uma coisa de se ver. Tudo muda!”, destaca.

Ao final do encontro, as três convidadas deram conselhos às mulheres em início de carreira na área de Comunicação. Em comum, as profissionais trouxeram a perseverança como principal necessidade no meio. “Não desistam nunca, tenham garra e acreditem. Seja em qualquer mídia, nós somos muito importantes”, afirmou Suzana. Claudia, que concordou com a radialista, enfatizou: “a gente tem sempre que acreditar”.

Isabella Nunes acrescentou ainda a busca pelo conhecimento, encorajando as jovens comunicadoras a nunca abrir mão de um processo de educação constante. “Leiam muito, e leiam autoras!”, indicou a jornalista.


Veja a live, que contou com mais de 240 espectadores e está disponível no canal da Casa da Comunicação no YouTube.

Gabriel Folena • 3º período