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SECOM 2021: bate-papo virtual debateu a representatividade feminina nas telas do cinema

Para fechar o segundo dia da Semana de Comunicação UVA 2021, a representatividade feminina nas telas do cinema foi tema do debate. Para conversar sobre o assunto foram convidadas Marília Nogueira, produtora cinematográfica e diretora do Cabíria Festival; Alice Marcone, roteirista e atriz; e Luz Maribel Duarte, fotógrafa, realizadora audiovisual e integrante do Coletivo Cine Ara Pyau desde 2017. O professor e coordenador do curso de Cinema, Evângelo Gasos, foi convidado para mediar essa mesa virtual que aconteceu no canal do Youtube CasaCom Conecta no dia 25, às 19 horas.

Os alunos puderam ver um vídeo exclusivo enviado pela Netflix, com entrevistas de grandes executivos da empresa tratando sobre a importância de ter diversidade nas obras cinematográficas, seja de cor, gênero ou orientação sexual. Atualmente, Alice Marcone está trabalhando em uma série na plataforma de streaming e vê de perto essa busca por novas perspectivas.

Eu realmente percebo essa abertura e vontade de grandes empresas de streaming de buscar representatividade porque elas entendem que parte da população nunca se viu representada nas telonas

(Alice Marcone) 

Marília Nogueira participa ativamente para que mulheres possam ser melhor representadas no cinema. Ela é diretora do Cabíria Festival, um prêmio que premia os melhores roteiros escritos e protagonizados por mulheres. Ela dividiu com os presentes que certa vez teve um “insight” sobre como ter o homem em filmes é tão naturalizado durante a produção de um curta que era inspirado em uma história da sua avó. “Após tantas versões do roteiro, durante as gravações já, eu percebi que aquilo que tinha sido inspirado na minha avó estava sendo interpretado por um homem. E o pior é que eu nem consigo me lembrar quando e o porquê essa mudança ocorreu”, lamentou.

E diretamente da Argentina, Luz Duarte trouxe suas reflexões sobre a falta de representatividade dos indígenas nas telas do cinema. Ela, que é do povo Mbya Guarani, faz parte do Colectivo de Cine Ara Pyau, e contou que se ver nas películas é duas vezes mais complicado, por ser mulher e ser indígena. E o Coletivo Ara Pyau criado em 2017 tinha esse intuito, pegar a câmera e mostrar o ponto de vista deles, dando voz àqueles que muitas vezes são esquecidos pelas grandes produções de Hollywood. Ela dividiu com os alunos sobre algumas dificuldades que enfrenta com os outros 24 integrantes, desde conseguir equipamentos até ajuda financeira, que é nula vinda dos governos. 

Mulheres do audiovisual, com pontos de vistas diversos, conversam sobre representatividade feminina no cinema na SECOM. (Foto: Print da tela/Youtube)

O chat da live ficou recheado de perguntas dos mais de 500 alunos que estavam assistindo e mandando suas dúvidas para os convidados, buscando saber mais sobre os projetos comentados em suas falas e outras perguntas sobre o mercado audiovisual. Ao fim do encontro, houve a estreia do videoclipe da cantora Kamilla Mecbee, produzido pela produtora Alquimia do curso de Publicidade da UVA. Toda a live pode ser revista clicando aqui.

Amanda Ramos, 7º período. 

Mesa virtual da SECOM 2021 debate a cultura do cancelamento

Um assunto muito comentado ultimamente é a “cultura do cancelamento”, e nada mais apropriado do que tratar desse tema na tarde do segundo dia da SECOM UVA. Sob o foco “Cancelados X Amados: Fake News, preconceito e política de cancelamento no BBB”, os convidados Danrley Ferreira, ex-BBB; e Thiago Soares, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conversaram em live no canal do Youtube CasaCom Conecta, com mediação dos professores Cecília Seabra e Eduardo Bianchi.

Para os mais de 400 espectadores que assistiram o bate-papo, Thiago Soares, que também é coordenador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Música e Cultura Pop (Grupop), pôde explicar sobre alguns conceitos que os reality shows, em especial o Big Brother Brasil, trouxeram para a cultura popular.

A cultura do cancelamento opera em uma quebra de expectativa, e funciona em uma espécie de vigilância coletiva que pune o outro que desvia dessa dinâmica. E na edição deste ano ficou muito claro os dois roteiros possíveis em um reality: o de ódio, com a Karol Conká; e o de amor, com a Juliette

(Thiago Soares)

Esse movimento muito comum nas redes sociais ganhou espaço em programas como o Big Brother Brasil, onde a constante exposição abre margens para essas situações. Danrley Ferreira viveu na pele essa realidade ao entrar na edição de 2019 como um dos favoritos, visto que muitas pessoas se identificaram com sua trajetória de vida, porém ele foi alvo de muitas fake news. “É muito assustador ter que lidar com a fama após sair do programa. Eu tive que aprender a conviver com essa fama que a internet ajuda a manter, e lá vai ter gente que te ama e te odeia de graça, só pelo que viu durante a participação no programa”, contou o ex-bbb.

Em conversa descontraída, os convidados debatem as consequências dessa onde de cancelamento nas redes sociais. (Foto: Print de tela/Youtube)

Os participantes do bate-papo falaram sobre como a dinâmica do programa foi se modificando ao longo dos anos, já que na edição de 2019 a ganhadora foi exaltada por ser imperfeita (e não ter medo de ser quem é e falar coisas racistas) e dois anos depois, no ano de 2021, o apresentador precisou intervir com um discurso sobre uma situação de preconceito que ocorreu. “Hoje esse feedback é recebido muito diretamente. Em 2019, o pensamento da ganhadora estava alinhado com o público e hoje isso não tem mais espaço”, pontuou o professor Eduardo Bianchi, indicando que isso se deve pelo retorno que recebem do público. 

Todos os alunos que estavam presentes interagiram constantemente através do chat da plataforma mandando diversas perguntas para os convidados que foram utilizadas para enriquecer ainda mais a discussão. Thiago respondeu uma dúvida sobre como os “juízes da internet” ganharam espaço com as mídias digitais com o avanço da personalidade performática e Danrley incrementou o debate com a experiência que teve ao sair do reality show. A live completa está disponível, basta clicar aqui.

Amanda Ramos, 7º período 

SECOM UVA RECEBE LUIZA HELENA TRAJANO, A MENTE POR TRÁS DO SUCESSO DA REDE MAGALU

Uma das grandes empresárias do Brasil participou da Semana de Comunicação da UVA este ano. Luiza Helena Trajano, o rosto à frente do sucesso da rede de lojas Magazine Luiza e presidente do Grupo Mulheres do Brasil, participou da mesa “A comunicação e generosidade transformam: O Case de sucesso da Magalu” na terça (25/5), mediada pelas alunas Thayane Melo e Mariana Oliveira. O encontro foi transmitido pelo canal do YouTube CasaCom Conecta.

Após a apresentação emocionante da convidada Luiza Helena Trajano, feita pelo Diretor Acadêmico do Campus Tijuca, André Ladeira, uma verdadeira aula de empreendedorismo e lição de vida começou. Trajano iniciou sua fala agradecendo e parabenizando a proposta da SECOM UVA, um evento totalmente organizado por alunos, que ultrapassou as barreiras da pandemia e migrou para o meio digital. A fundadora da rede Magalu associou a organização do evento com o ato de empreender, um tópico no qual tem autoridade. “Empreender é a capacidade de fazer acontecer”, afirmou Luiza Helena Trajano.

Trajano dividiu também como foi a trajetória no início da carreira empreendendo e compartilhou sua fórmula para fazer com que sua empresa cresça cada vez mais, junto com as pessoas envolvidas no processo. Ela afirma que sempre sabe onde quer chegar, mas o caminho até lá precisa ser compartilhado.

Você deixa as pessoas como protagonistas, você faz elas se apaixonarem pelo que estão fazendo. Nós nos apaixonamos por uma coisa quando a gente sente que faz parte dela

(Luiza Helena Trajano)

A empresária falou ainda sobre o papel da empatia no mercado de trabalho. Principalmente em um momento de tensão, como a pandemia, os funcionários são cada vez mais escolhidos para os cargos baseados em sua inteligência emocional, e menos baseado nas capacidades técnicas. Se colocar no lugar do outro e dar valor a essa posição é uma das prioridades da vida profissional de Luiza Helena. “Em cada minuto da minha vida eu procuro dar o melhor de mim e tirar o melhor das pessoas”, declarou Trajano.

A presidente do Grupo Mulheres do Brasil contou ainda sobre a organização, que já conta com mais de noventa mil participantes em todo o país, com foco na defesa da liderança feminina. Trajano ressaltou que apesar de o grupo não ter um partido político, as atitudes do time são políticas, afinal, têm como objetivo oferecer um Brasil melhor para a população. O Grupo Mulheres do Brasil está agindo na compra de mais vacinas contra a Covid-19.

Ao final da palestra, a empresária propôs aos alunos uma reflexão e uma transformação com relação ao digital. Para ela, os jovens empreendedores precisam pensar digitalmente, se colocar nos lugares de todos os profissionais com quem lidam e, mais importante, fazer acontecer. “Não tenham medo, se lancem! Errou? Redireciona o erro. Acertou? Multiplica! A cabeça digital é muito diferente”, finalizou Luiza Trajano, deixando inspiração e grandes lições aos estudantes e professores da Universidade Veiga de Almeida.

Ana Clara Serafim, 6º período 

SECOM abre evento com convidados ilustres e aborda sobre a diversidade

A décima sétima edição da Semana de Comunicação, evento promovido pelos cursos de Jornalismo, Marketing e Publicidade e Propaganda, durou do dia 24 ao dia 28 de maio e teve como tema principal o Multiculturalismo na Comunicação, levando convidados maravilhosos e promovendo a representatividade através de assuntos de imensa relevância. 

A primeira palestra aconteceu no dia 24, às 19h. Os alunos de publicidade e propaganda, Thiago Varella e Breno Dias, iniciaram explicando sobre o evento e como aconteceria, apresentando cada convidado. André Ladeira, diretor acadêmico do Campus Tijuca, abriu o evento com uma fala impactante que promoveu reflexões sobre a diversidade e sobre como ela é importante para a sociedade, visto que cada um de nós é singular e deve se orgulhar disso, afinal, nada neste mundo é igual, isso é maravilhoso e deve ser contemplado.

Os convidados do primeiro dia e palestra foram Carlos Tufvesson, coordenador da Coordenadora Executiva da Diversidade Sexual (CEDS), estilista formado na Universidade Cândido Mendes e pós-graduado em Design de moda na Domus Academy, militante da causa LGBTQIA+ há 25 anos e idealizador do prêmio Rio sem Preconceito; e Glamour Garcia, atriz transexual e ativista pelos direitos LGBTQIA+, que ganhou muito destaque no papel que fez em “A Dona do Pedaço”, novela televisionada pela emissora Globo. 

A palestra foi mediada pelo ex-aluno da Veiga, Juney Freire e a atriz Glamour Garcia iniciou falando sobre a importância da representatividade nas telas, respondendo ao questionamento do mediador, além de afirmar que tem percebido espaços sendo oferecidos à sociedade LGBTQIA+. Ela também comentou sobre o seu número de seguidores e de que forma enxerga a sua influência nessas mais de 700 mil pessoas que a seguem. “Eu tenho tentado me adequar às novas linguagens e busco interagir com as ferramentas que aparecem neste momento. São muitas plataformas, muitas ferramentas e muitas formas de interação proporcionadas para a nossa comunicação”, afirma Glamour.

Os alunos Thiago e Breno mediaram o primeiro dia de palestras da SECOM

A atriz também falou sobre o cenário atual proporcionar complexidades na comunicação por conta da pandemia, em que todos precisaram se adequar. Sobre o multiculturalismo, Glamour afirmou acreditar que chegou o momento de questionar quais são essas multipluralidades, o quanto ser múltiplo é ser plural, o quanto podemos abranger discursos, produções de conhecimento e formas de linguagem. “O contexto histórico que a gente vive é bem expressivo em relação a isso. A interação mudou de forma importante, sinto ser um momento de aprendizado”, declara. 

Carlos Tufvesson tem sua vida muito envolvida na militância LGBTQIA+. Ele começou agradecendo pelo espaço que a SECOM proporcionou a ele, afirmando ser raro ter apoio e voz para falar sobre estes assuntos de enorme relevância. Desde que começou na militância, há 25 anos, se afirmando como cidadão gay, foi por ter percebido que ele precisava lutar para que seus direitos fossem reconhecidos, pois se negou a aceitar a realidade a forma como era. “Como uma relação de amor que eu tenho com o meu marido fere ou desrespeita alguém? A questão do reconhecimento do casamento civil foi um enorme passo para que as relações fossem vistas de maneiras diferentes, É na diversidade que a gente cresce”, afirmou Carlos de forma incisiva. A abertura do evento bateu mais de 400 visualizações simultâneas e foi um enorme sucesso, abrindo o evento de maneira brilhante abordando um assunto essencial.

Maria Clara Gobbi, 7º período