Veiga promoveu Simpósio de Inovação Social com assuntos voltados à inclusão e sustentabilidade

Palestra abordou o papel dos modelos cartográficos utilizados na sociedade e os estudos que podem auxiliar nas questões sociais 

Entender o contexto social de uma determinada região nem sempre é algo fácil. Com um longo histórico de mudanças no seu processo de construção e urbanização, a cidade do Rio de Janeiro sofreu, ao longo de muitas décadas, transformações que fizeram com que muitas pessoas não tivessem a mínima compreensão histórica das alterações ocorridas, e nem ao menos a história por trás da formação do ambiente em que boa parte da sociedade vive.

Trazer clareza e desvendar a formação por trás de cada localidade é um dos objetivos da cartografia social, que tem o papel de servir como instrumento para elaboração de mapas sociais que consigam expressar a realidade de populações específicas em determinados territórios. O mapa é criado a partir de estudos que contam muitas vezes com a participação das comunidades envolvidas, e são usados como instrumento de defesa de seus direitos. 

Com o propósito de debater o tema e abordar os principais pontos do estudo da cartografia social e da cartografia decolonial, a Universidade Veiga de Almeida promoveu um Simpósio de Inovação Socioambiental, e propôs a discussão em uma das palestras que teve como tema Cartografia social, geotecnologias e gestão territorial: inclusão e sustentabilidade.

O evento, realizado no dia 18/09, contou com a presença do professor Rodrigo Lobato, que mediou o simpósio, com o representante do fórum Grita Baixada, Fransergio Goulart, e o Doutor e professor da UFRJ, Paulo Menezes. Foram abordados assuntos direcionados à formulação e atualização das políticas públicas voltadas à sustentabilidade urbana e ambiental, reconhecendo na produção do saber e do pensamento crítico as ferramentas fundamentais para a transformação do espaço urbano, do ponto de vista ético, econômico e ecológico. 

Com uma abordagem voltada para a forma como a cartografia social é usada no Rio de Janeiro e as conquistas que a prática traz, o docente Fransergio Goulart apresentou dados que comprovam a importância do estudo nas questões sociais sobre a sustentabilidade urbana e a relevância da ferramenta no apoio às causas sociais. “A cartografia social começa com o reconhecimento do espaço a ser analisado e passa pelo entendimento do público que vive naquele ambiente. O estudo retrata as questões sociais de cada território com base em avaliações, que muitas vezes são produzidas a partir do relato de pessoas.”

Fransergio revelou, também, que o estudo tem um valor de extrema importância para a formação do conhecimento territorial por parte das pessoas, no empoderamento e na militância das classes mais pobres, e no entendimento da referência social que cada área possui. “Para a população negra e mais pobre, a cartografia social tem um papel importante ao fazer com que esses indivíduos se percebam como sujeitos dentro da sociedade, e, a partir desse contato, iniciem o processo autoconhecimento e empoderamento”, explicou. 

Já o Dr. Paulo Menezes destacou em sua apresentação as transformações cartográficas sofridas ao longo das décadas, e os modelos adotados em cada período com base nas transformações que a sociedade sofreu. “Muitas das mudanças sofridas na cartografia do Rio de Janeiro foram feitas por escolhas de governos que passaram pelo poder. Houve alguns erros de planejamento na cidade, que foram vistos com o decorrer do tempo, como o rio Maracanã, as construções em encostas, entre outros erros de planejamento”, citou. 

 

Por Lucas Candido Silva, 8° período

 

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