Mais de 170 visualizações simultâneas marcam primeira palestra
Nesta segunda-feira (14), teve início a VII Semana de Engenharia Elétrica da UVA de forma virtual. O tema “Operação do SIN: O SIN sob a visão conjunta da ONS e do Agente Gerador” foi apresentado por Francisco Arteiro, ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e Sérgio Canella, ex-gerente de Furnas. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é responsável por produção e transmissão de energia elétrica.
A partir de iniciativas individuais, com empreendedores focados em eletrificação local, o governo começou a criar estatais na década de 1960 para o setor de energia, sendo Furnas a do sudeste. Arteiro explica que o sistema atual é conectado e resiliente, mas nem sempre foi assim – a interligação do país começou nos anos 1990, numa época de escassez de recursos para criação de usinas com reservatórios. Os desafios são regular preços e manter o sistema estável, visto que há presença de máquinas assíncronas.
Canella acrescenta que, agora, o sistema não é mais tão hidráulico, e que, até os anos 2000, transferir energia era o mesmo que enviar água. Considerando as atuais formas de captação e produção de energia, a interligação é importante devido à sazonalidade hidrológica complementar, ou seja, a época de chuva das regiões é diferente, assim como a diferença entre períodos de ventos e sol.
As energias eólica e solar dependem das condições de tempo, enquanto a hidroelétrica é influenciada por mudanças no clima, que é mais constante. De acordo com Arteiro, a instabilidade do tempo justifica maiores reservas de potência para suportar variações de carga e da captação, e isso aumenta a complexidade do sistema. Da mesma forma, as energias térmica e hidráulica são necessárias porque trazem estabilidade ao sistema elétrico.
Olhando para o escopo social, todas as formas de energia trazem impactos para a sociedade. Quem controla a energia hidroelétrica, segundo Canella, é responsável pelas pessoas que moram ao longo dos rios, devido ao controle das cheias. A obtenção de energia a partir de vento e sol, principalmente na região nordeste e no norte de Minas Gerais, colabora com o giro de capitais, porque muitos terrenos são arrendados.
Arteiro recomenda aos que estão terminando a faculdade de Engenharia Elétrica que “mergulhem em proteção e em estabilidade dinâmica”, enquanto Canella sugere, para quem quer trabalhar com controle do SIN, saber sobre hidrologia, estatística, eletrotécnica e programação linear. “Um conselho que eu tenho para dar é nunca perder os ensinamentos da faculdade”, Canella acrescenta. Mais informações sobre os próximos eventos da VII Semana de Engenharia Elétrica estão disponíveis no instagram @seeluva.
Julia Barroso, 7º período
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